quarta-feira, 3 de junho de 2009

Uma Vida Sem Volta [Fic Original by: Mayuaru Rinkashi Schneider]

Capítulo 1

Maldição... foi o que lançaram sobre mim, nasci sem poder morrer. Muitos achariam isso uma dádiva, mas acreditem, não é. Digo isso porque sei como é a sensação de querer correr risco e não poder, a adrenalina dentro de mim é inútil, pois sem risco, de nada serve.

Amanhã é meu 15º aniversário, faço bem no dia dos Namorados e não tenho nenhum, isso é irônico. Hoje entrou um cara estranho na minha sala, alto, moreno, aparentava ser forte por debaixo de suas vestes pretas, cabelo preto até a nuca; o coitado mal entrou e já foi assediado pelas putas e chamado de emo pelos garotos invejosos, fiquei na minha, devia ser mais um drogado e nada mais.

Na saída ele veio falar comigo e fiquei assustada:

- Você é a Princesa de Atlantis, não é mesmo? – seus olhos negros penetraram fundos no meu, o que me deixou calada. - Não tenha medo, Ele ouviu sua prece e me mandou, sou seu Anjo Negro.

- Desculpa, mas não faço a mínima idéia do que você está falando, Princesa de Atlantis? Anjo Negro? Ele? Ele quem?

- Você sabe quem é afinal ele é nosso “pai”, não é mesmo? – empalideci e fui correndo para casa.

Fiz minha lição de casa, tomei banho, almocei, joguei um pouco de video game e fui dormir, sonhei que podia morrer, mas subitamente aquele garoto novo da sala aparece dizendo que não posso então eu acordo e tento me matar, é o meu dia-a-dia, bem monótono e fracassante, pois nunca consigo me matar, vejo o sangue correr por segundos e depois o rasgo que um dia tivera some, como mágica. Claro que minha avó não sabe disso, ela sequer sabe que tenho essa maldição, afinal eu mesma não sabia até pouco tempo atrás quando resolvi pesquisar a imagem da minha marca de nascença: uma estrela de sete pontas bem na nuca. Diz uma lenda egípcia que somente os Faraós e seus descendentes nasciam com essa marca, só que a marca era vermelha, a minha é negra, descartei a hipótese de ser uma princesa egípcia na hora; já a lenda de Atlantis – que por sinal é outra lenda – diz que quando seu reinado chegar ao fim e todo o seu povo se for, nascerá um ser com a marca da imortalidade – uma estrela de sete pontas - e voltará para reinar ao lado do sobrevivente perdido. Achei piada na hora, mas depois que tentei me matar pela primeira vez percebi que era sério. Termino meu dia pesquisando um pouco mais sobre Atlantis, descubro que todo o seu povo tinha cabelos brancos – será que já nasciam velhinhos? – e durmo para acordar no dia seguinte e ir para a escola.

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