quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

EX- VIRGEM

A família jantava tranqüila quando, de repente, a filha de 11 anos comenta:

-Tenho uma má notícia...
Não sou mais Virgem! Sou uma vaca! E começa a chorar visivelmente alterada, com as mãos no rosto e um ar de vergonha.

Silêncio sepulcral na mesa.

De repente, começam as acusações mútuas:

-Isto é por você ser como é! - marido dirigindo-se à mulher - Por se vestir como uma puta barata e se arreganhar para o primeiro imbecil que chega aqui em casa. Claro que isso tinha que ocorrer, com este exemplo que a menina vê todo dia!

-E você - pai apontando para a outra filha de 19 anos - que fica se agarrando no sofá e lambendo aquele palhaço do teu namorado que tem jeito de viado. Tudo na frente da menina!

A mãe não agüenta mais e revida, gritando: -E quem é o idiota que gasta metade do salário com as putas e se despede delas na porta de casa? Pensa que eu e as meninas somos cegas? E, além disso, que exemplo você pode dar se, desde que assinou esta maldita TV a cabo, passa todos os finais de semana assistindo a pornôs de quinta categoria?

Desconsolada e à beira de um colapso, a mãe, com os olhos cheios de lágrimas e a voz trêmula, pega ternamente na mão da filhinha e pergunta baixinho:

-Como foi que isso aconteceu, minha filha?

E, entre soluços, a menina responde:

-A professora me tirou do presépio!
A Virgem agora é a Isabel, eu vou fazer a vaquinha.

O dom da palavra

Certa vez, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.

- Que desgraça, Senhor! - exclamou o sábio - Cada dente caído representa a perda de um parente de Vossa Majestade!

- Mas que insolente - gritou o sultão - Como se atreve a dizer tal coisa?

Então, chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas. Mandou também que chamassem outro sábio para interpretar o mesmo sonho. O outro sábio disse:

- Senhor, uma grande felicidade vos está reservada! O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes!

A fisionomia do sultão se iluminou, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio.

Quando este saía do palácio, um cortesão perguntou ao sábio:

- Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega. No entanto, ele levou chicotadas, e você, moedas de ouro!
- Lembre-se sempre - respondeu o sábio - tudo depende da maneira de dizer as coisas.

E esse é um dos grandes desafios da Humanidade. É daí que vem a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra.

A verdade deve ser dita sempre, não resta a menor dúvida, mas a forma como ela é dita é que faz a diferença.

Agradecimentos aos Nossos Seguidores!

Fico muito feliz em ver o quanto meu blog cresceu e, após virar Nosso, cresceu ainda mais!
Pelo início de tal crescimento eu agradeço à nossa querida Meyrink e, pela continuidade de tal crescimento, eu agradeço a vocês, nossos queridos leitores e seguidores!

Meu sincero Muito Obrigada a todos vocês que tornam o crescimento deste simplório blog possível!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

u.Ú lindinhO

DENGUE - ótima dica

SERÁ MUITO ÚTIL NO VERÃO ONDE OS MOSQUITOS SE PROLIFERAM MAIS.

SERVE PARA QUALQUER MOSQUITO, ATÉ O COMUM "PERNILONGO" OU MESMO O DA DENGUE.
Como matar mo
squitos ecologicamente correto.
Para ajudar com a luta contínua contra os mosquitos da dengue e a dengue hemorrágica, uma idéia é trazê-los para uma armadilha que pode matar muitos deles.

O que nós precisamos é, basicamente:
200 ml de água,
50 gramas de açúcar mascavo,
1 grama de levedura (fermento biológico de pão, encontra em qualquer supermercado ) e uma garrafa plástica de 2 litros

A seguir estão os passos a desenvolver:

1. Corte uma garrafa de plástico no meio. Guardar a parte do gargalo:








2. Misture o açúcar mascavo com água quente. Deixar esfriar. D
epois de frio despejar na metade de baixo da garrafa.






3. Acrescentar a Levedura . Não há necessidade de misturar. Ela criará dióxido de carbono.






4. Colocar a parte do funil, virada para baixo, dentro da outra metade da garrafa.






5. Enrolar a garrafa com algo preto, menos a parte de cima, e colocar em algum canto de sua casa.






Em duas semanas você vai ver a quantidade de mosquitos que morreu lá dentro da garrafa.













Além da limpeza de suas casas, locais de reprodução do mosquito, podemos utilizar esse método muito útil em escolas, creches, hospitais e residências.
Não se esqueça da dengue.

DIVULGUEM!!!



quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

akossakopkposapkokopsa


Cheio de dedos

Examine suas mãos. Coisas estranhas, não são? Nos pertencem e ao mesmo tempo não nos pertencem. Parecem ter vida e opiniões próprias. Quantas vezes você já surpreendeu suas mãos num gesto impensado, ou num lugar que você não planejara? Muitas vezes suas mãos parecem estar enfatizando o que você diz e na verdade podem estar contrariando você, acenando freneticamente para se fazerem ouvir. Como boas e eficientes empregadas, suas mãos fazem os serviços essenciais sem serem mandadas. Empurram os óculos para cima no nariz, coçam onde é preciso, etc. se você é atacado elas erguem-se em sua defesa, automaticamente. Mas há sempre a ameaça implícita de uma rebelião. Suas mãos têm – em suas mãos, por assim dizer – o poder de embaraçá-lo, deixando cair o copo no carpete ou pousando, distraidamente, em algum joelho comprometido. Nossos pés são regiões remotas e pouco conhecidas com as quais nenhuma intimidade é possível. Nossas mãos, ao contrário, participam ativamente do nosso dia-a-dia, são da família, nos dão banho. Mas nem assim nos sentimos perfeitamente à vontade com elas.

As mãos são capazes de feitos estonteantes. Existem pessoas que realmente batem à máquina com os dez dedos! As mãos tocam Liszt no piano. Pintam cenas de batalha em cabeça de alfinetes. Como você e eu jamais exploramos toda a potencialidade das nossas mãos – a coisa mais complicada que eu faço com as minhas é abotoar a camisa – elas fatalmente se revoltarão um dia. Nos pegarão pelo pescoço. Ou farão gestos obscenos para dois PMs e depois não moverão um dedo para nos salvar.

Idéia para uma historia de terror: um homem descobre que, enquanto dorme, suas mãos saem como duas grandes aranhas para aterrorizar a vizinhança. As mãos atacam gatos e cachorros, sobem por baixo dos lençóis de donzelas. Todas as manhãs o homem tem suas mãos sujas de terra, embora não tenha saído da cama. Traços de sangue sob as unhas. Penas de galinha entre os dedos. Até que é acordado no meio da noite e chamado à delegacia. Lá encontra suas mãos em cima de uma mesa. Algemadas.

Sir Isaac Newton disse que a existência do dedão era prova suficiente da existência de Deus. A civilização começou com o dedão opositor. A evolução mais importante de toda a história da espécie, batendo longe da invenção da roda, do transistor e da azeitona sem caroço, foi o desenvolvimento da junta giratória que permite ao dedão – o Pai de Todos – se opor aos outros dedos. No momento em que pôde juntar as pontas do dedão e do indicador com delicadeza e precisão, para segurar uma borboleta ou esmagar um piolho, o homem passou a integrar uma ordem mais alta de mamíferos. Começou a andar sobre as patas de trás para deixar as mãos livres. Pôde segurar o tacape com mais firmeza e tocá-lo na cabeça do próximo com mais técnica. Pôde começar a fazer coisas em vez de apenas descobri-las.

O que distingue o homem do primata não é, como você sempre pensou, a alma, ou a capacidade de cantar a quatro vozes. É o dedão. Sem o dedão o homem não teria uma história. Jamais teria desenvolvido qualquer técnica mais avançada do que o bolinho de barro. Ainda andaria de quatro sem desfrutar das maravilhas do mundo moderno, como a poluição, a bomba de nêutron e o baixo fender.

Idéia para uma história de ficção científica: todas as mãos do mundo fariam parte de uma conspiração secreta, desconhecida dos humanos. Sem sabermos, nossas mãos trocariam sinais numa linguagem indecifrável, seguindo ordens de uma entidade superior e tramando a eventual conquista do planeta.

Um dia todas as mãos da humanidade parariam. Se recusariam a funcionar por cinco minutos, com resultados desastrosos para pilotos de aeronaves aterrissando, cirurgiões em meio a operações e trapezistas. Depois desta greve simbólica, as mãos passariam a agir por conta própria e em pouco tempo nos dominariam, pois não podemos fazer nada sem elas. Descobriria-se depois que as mãos obedecem a um ser extragalático, o Dedão Cósmico, e...

Depois do dedão, o dedo mais importante é o indicador. É o dedo que se usa em algumas tarefas indispensáveis para a sobrevivência da sociedade como limpar o nariz, chamar o elevador e o garçom e disparar foguetes. Mas também é o dedo da acusação e da delação. Sua utilidade é indiscutível, mas seu caráter é duvidoso.

Pouco se sabe sobre o terceiro dedo. É, geralmente, o mais comprido de todos mas não tem nenhuma função específica. Os outros dedos o tratam com afetuosa condescendência, chamando-o de “Comprido”, “Magrão”, boa-vida, etc. Já o seu vizinho existe por uma razão. Deus criou o dedão para libertar o homem, mas criou o anular – o dedo do anel – para lembrar que a sua liberdade é limitada. Pelo casamento, por uma instituição ou por sua própria vaidade.

As nossas mãos, como ativas RPs, cuidam da nossa vida social. São as mãos que cumprimentam, que abanam de longe, que batem nas costas, que aplaudem. Coisa curiosa: as duas têm exatamente a mesma formação cultural, mas só uma sabe escrever. As mãos também são nossas primeiras armas. No amor, são as nossas forças avançadas, as que exploram o terreno, desativam as minas e amolecem as defesas antes do corpo entrar em ação. Quando um homem e uma mulher se amam, é porque as suas mãos já se amaram demais. O amor começa quando as mãos estão saciadas.

O corpo é uma antiga usina de transformação, uma indústria pesada. As mãos são pós-industriais.

Nos somos as nossas mãos. Cara e nome não querem dizer nada, o que nos identifica mesmo são as impressões digitais. A cara dos dedos.

O mindinho se chama o “articular” e existe para limpar a orelha e, em certos casos, estender o alcance da mão no teclado. Diferente do terceiro dedo, no entanto, o mindinho transforma em virtude a sua inutilidade. Assumiu a sua frivolidade. É um símbolo de delicadeza, hipocrisia, alienação – ou simples frescura – quando se mantém levantado, não importa o que os outros dedos estejam fazendo. Se em vez do dedão, tivéssemos desenvolvido um mindinho opositor, a história do mundo teria sido outra. Divertidiiiiiissima.

(Luis Fernando Veríssimo)

domingo, 5 de dezembro de 2010

AUSHAUSHAUSHAUH

Ocê gós de vinho? Degustação de vinho em Minas

- Hummm...

- Hummm...

- Eca!!!

- Eca?! Quem falou Eca?

- Fui eu, sô! O senhor num acha que êsse vinho tá com um gostim estranho?

- Que é isso?! Ele lembra frutas secas adamascadas, com leve toque de
trufas brancas, revelando um retrogosto persistente, mas sutil, que enevoa as papilas de lembranças tropicais atávicas...

- Putaquepariu sô! E o senhor cheirou isso tudo aí no copo ?!

- Claro! Sou um enólogo laureado. E o senhor?

- Cebesta, eu não! Sou isso não senhor !! Mas que isso aqui tá me cheirando iguarzinho à minha egüinha Gertrudes depois da chuva, lá isso tá!

- Ai, que heresia! Valei-me São Mouton Rothschild!

- O senhor me desculpe, mas eu vi o senhor sacudindo o copo e enfiando o narigão lá dentro. O senhor tá gripado, é ?

- Não, meu amigo, são técnicas internacionais de degustação entende? Caso queira, posso ser seu mestre na arte enológica. O senhor aprenderá como segurar a garrafa, sacar a rolha, escolher a taça, deitar o vinho e, então...

- E intão moiá o biscoito, né? Tô fora, seu frutinha adamascada!

- O querido não entendeu. O que eu quero é introduzi-lo no...

- Mais num vai introduzi mais é nunca! Desafasta, coisa ruim!

- Calma! O senhor precisa conhecer nosso grupo de degustação. Hoje, por exemplo, vamos apreciar uns franceses jovens...

- Hã-hã... Eu sabia que tinha francês nessa história lazarenta...

- O senhor poderia começar com um Beaujolais!

- Num beijo lê, nem beijo lá! Eu sô é home, safardana!

- Então, que tal um mais encorpado?

- Óia lá, ocê tá brincano com fogo...

- Ou, então, um suave fresco!

- Seu moço, tome tento, que a minha mão já tá coçando de vontade de meter um tapa na sua cara desavergonhada!

- Já sei: iniciemos com um brut, curto e duro. O senhor vai gostar!

- Num vô não, fio de um cão! Mas num vô, messs! Num é questão de tamanho e firmeza, não, seu fióte de brabuleta. Meu negócio é outro, qui inté rima com brabuleta...

- Então, vejamos, que tal um aveludado e escorregadio?

- E que tal a mão no pédovido, hein, seu fióte de Belzebu?

- Pra que esse nervosismo todo? Já sei, o senhor prefere um duro e macio, acertei?

- Eu é qui vô acertá um tapão nas suas venta, cão sarnento! Engulidô de rôia!

- Mole e redondo, com bouquet forte?

- Agora, ocê pulô o corguim! E é um... e é dois... e é treis! Num corre, não, fiodaputa! Vorta aqui que eu te arrebento, sua bicha fedorenta!...



Luiz Fernando Veríssimo